teamLab Planets: Convergência entre Natureza, Arte e Tecnologia

Desde sua inauguração em julho de 2018, o teamLab Planets surgiu como uma das maiores expressões da arte e tecnologia imersiva do mundo. Localizado em Toyosu, Tóquio, esse museu de arte digital convida o público a literalmente entrar nas obras, a interagir diretamente com os conceitos do coletivo teamLab e a ir além de uma contemplação passiva.

A palavra chave para descrever a experiência é imersão, pois as instalações respondem ao movimento, ao toque e à presença dos visitantes. O teamLab Planets é mais do que um museu; é um espaço de interações multissensoriais que desafiam as fronteiras entre arte e espectador.

A Origem do Coletivo teamLab

O teamLab foi fundado em 2001 por Toshiyuki Inoko, engenheiro e artista com a visão de unir arte, ciência e tecnologia em obras interativas. O coletivo reúne programadores, engenheiros, matemáticos, arquitetos e artistas, todos trabalhando para integrar a natureza e o digital. Seu objetivo é explorar a relação entre o corpo humano e o mundo, propondo que a arte pode moldar nossa percepção física e mental do espaço.

Ao longo dos anos, o teamLab ganhou destaque no mercado global de arte, criou exposições em vários países e conquistou um público cativo em exposições temporárias e permanentes. As obras utilizam tecnologias avançadas, como sensores de movimento, inteligência artificial e projeções de alta definição e constroem uma interação única com cada instalação.

A Inauguração do Museu teamLab Planets

O teamLab Planets foi o resultado de uma evolução das experiências do coletivo e concebido como um espaço onde o corpo e a mente se conectam diretamente às obras.

Já em seu primeiro ano de funcionamento, o museu já havia recebido mais de 1,25 milhões de visitantes, reforçando o apelo e popularidade da uniâo entre Arte e Tecnologia. Com um design arquitetônico minimalista e aberto, o museu é dividido em uma sequência de grandes salas que mergulham o visitante em um ambiente dinâmico e mutável.

Em 2024, o museu estabeleceu um recorde mundial e entrou para o livro do Guinness como o museu de arte com obras de um único artista (no caso, um único coletivo artístico) mais visitado. Com mais de 2,5 milhões de visitantes em apenas um ano​, o TeamLab Planets superou os números de museus tradicionais como o de Picasso em Barcelona e o de Van Gogh em Amsterdam.

O conceito por trás do TeamLab Planets

Por trás de teamLab Planets está o conceito de imersão de corpo todo, perceber com o corpo todo e se tornar um com o mundo ao redor.
O teamLab Planets é um museu onde você caminha pela água. É um jardim onde você se torna um com as flores. Ele compreende quatro grandes espaços de exposição de arte e tecnologia e dois jardins.

No site, o coletivo descreve o museu como um lugar onde as pessoas andam descalças e imergem seus corpos inteiros nas vastas obras de arte, junto com outros visitantes. As obras mudam com a presença das pessoas, desfocando a percepção das fronteiras entre o indivíduo e a arte. Outras pessoas também provocam mudanças nas obras, borrando as fronteiras entre elas e as obras, criando uma continuidade entre o eu, a arte e os outros.

Segundo Toshiyuki Inoko: “A consciência espacial é considerada correlacionada com a inovação e a criatividade. Eu cresci em uma área rural e brincava nas montanhas, mas na sociedade e nas escolas de hoje, o corpo está parado. Acho que as cidades estão cercadas demais por informações planas, como livros, TV e telas de smartphones. Por isso criamos um espaço tridimensional que exige intensamente o corpo físico. É um espaço onde as pessoas podem perceber a arte com seus corpos físicos.”

Os espaços de exposição do Museu

As 7 obras do teamLab Planets seguem o conceito de total imersão do corpo de cada visitante nos 4 imensos espaços de exposição do museu. Algumas das obras mais impressionantes são Floaten Flower Garden e Infinite Crystal Universe.

Floaten Flower Garden

Floaten Flower Garden é uma das instalações mais poéticas do teamLab Planets, onde o visitante é imerso em um vasto jardim suspenso de flores que flutuam ao seu redor, criando uma atmosfera de total integração entre o ser humano e a natureza. À medida que as pessoas caminham pelo espaço, as flores reagem à sua presença, movendo-se e abrindo espaço para o visitante, como se o jardim estivesse vivo e sensível às interações humanas.

mulher na exposição floaten flower garden do teamLab Planets

A inspiração para esta obra deriva da antiga história japonesa da Flor de Nansen, frequentemente usada no treinamento teológico de monges Zen. Esta história carrega a crença de que todas as coisas, inclusive seres humanos e flores, compartilham a mesma substância. A partir dessa perspectiva, a obra encoraja o espectador a perceber as flores com o mesmo respeito, compaixão e compreensão que teriam por aqueles que amam.

Assim, o Floaten Flower Garden não é apenas uma experiência estética, mas também uma metáfora espiritual. Ela nos convida a nos fundirmos com a natureza e a observar o mundo ao nosso redor com uma nova profundidade de empatia e conexão.

Essa instalação propõe, por meio de um jardim suspenso de orquídeas vivas, explorar a história da Flor de Nansen de uma forma moderna e impactante. Por meio de uma experiência única de contemplação e harmonia dos sentido, a obra recria uma atmosfera de hiper-realidade.

Infinite Crystal Universe

Infinite Crystal Universe, uma das instalações mais impressionantes do teamLab Planets, transporta o visitante para um cosmos feito inteiramente de luz. A obra é composta por uma miríade de pontos luminosos, que flutuam e se rearranjam conforme o visitante se move pelo espaço. O efeito cria esculturas de luz tridimensionais que parecem se estender infinitamente em todas as direções.

mulher na obra Infinite crystal universe do museu de arte e tecnologia teamLab Planets

Inspirando-se no conceito de pontilhismo — técnica desenvolvida no final do século XIX que utiliza pontos de cor para formar imagens completas quando vistas à distância — o teamLab transpôs essa ideia para o domínio digital.

Assim como as pinceladas individuais no pontilhismo se fundem na mente do observador, no Infinite Crystal Universe os pontos de luz se unem para formar figuras complexas e etéreas e transformam o espaço em um universo vibrante e em constante transformação.

De perto, cada ponto de luz parece isolado e simples. Mas à medida que o observador se afasta, as luzes interagem e se mesclam, criando novas formas e movimentos que transcendem a percepção comum.

A instalação é um exemplo notável de como o teamLab explora a relação entre o indivíduo e o espaço. A ideia é que o visitante se torne parte do universo que o cerca, numa experiência sensorial e contemplativa.

Outras instalações, como o Waterfall of Light Particles, transformam o público em parte integrante da obra. As partículas de luz reagem aos movimentos das pessoas e simulam um fluxo de água contínuo e realista.

As Exposições de Sucesso do teamLab

O teamLab já realizou exposições de arte em diversas cidades ao redor do mundo, incluindo Pequim, Vale do Silício, Nova York, Londres, Paris, Cingapura e Melbourne.

Além dessas mostras itinerantes, o coletivo é conhecido por seus museus permanentes de grande escala. Alguns exemplos são o teamLab Borderless em Odaiba e o teamLab Planets em Toyosu, ambos em Tóquio. Outros espaços importantes incluem o teamLab Borderless Shanghai, localizado à beira do rio Huangpu em Xangai, e o teamLab Supernatural Space Macau em Macau.

Entre as exposições mais comentadas, está Forest of Resonating Lamps. A instalação cria um ambiente de luzes que “respondem” à presença do público e mudam de cor e intensidade à medida que o visitante se move pelo espaço.

No entanto, a interatividade não se limita às instalações. Em algumas obras, como o Universe of Fire Particles Falling from the Sky, os visitantes interagem por meio de seus smartphones. É possível carregar “partículas de fogo” para compartilhar com outras pessoas.

Mais recentemente, foi inaugurado o teamLab Wuxiang Art Space em Pequim. Para o futuro, há planos de expansão com novos museus de arte em cidades como Hamburgo, Utrecht e Jeddah. O coletivo segue trabalhando para impactar o público com suas experiências de arte e tecnologia interativas.

As Exposições no Brasil

O impacto global do teamLab já chegou ao Brasil. Em 2019, o coletivo trouxe sua arte digital para a Japan House, em São Paulo. Aexposição Reversible Rotation explorou a relação entre o corpo humano e o espaço por meio de projeções digitais para alterar a percepção dos espectadores.

A exposição foi um grande sucesso e aproximou o público brasileiro do conceito de arte imersiva desenvolvido pelo coletivo teamLab.

O Futuro do teamLab Planets

Com a recente expansão anunciada para 2025, o teamLab Planets promete se reinventar. Os planos incluem adicionar novos espaços de exposição e uma área dedicada a atividades criativas e educativas.

A obra Athletics Forest, por exemplo, pretende explorar a relação entre percepção corporal e inovação e oferecer um espaço onde os visitantes podem literalmente mover-se e interagir fisicamente com o ambiente​

O teamLab Planets é uma referência global em arte e tecnologia e continua atraindo milhões de visitantes anualmente. Se você se interessa por inovação nos processos criativos, confira nosso post sobre Como a IA Generativa Está Transformando a Criação de Conteúdo.

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